< CHAMADA DE TRABALHOS >
DOBRA Nº 4 / 5 (Novembro 2019/2020) Palavra-problema: Lugares Até os pássaros, consoante os lugares,vão sendo muito diferentes.
João Guimarães Rosa Encontra-se aberto, até 20 de Julho de 2019, o prazo para envio de resumos/propostas para o nº 4 da Revista Dobra, na forma de textos, imagens, ou trabalhos multimédia, de acordo com os parâmetros definidos para as colaborações (vide COLABORAR − Orientação aos Autores).
A "chamada de trabalhos" desdobra-se entre uma convocatória textual e uma solicitação imagética, alargando campos de legibilidade. A relação das artes, da técnica, da escrita, da pedagogia e do conhecimento com os lugares tem marcado sucessivas discussões e projectos, atravessando tradições e áreas disciplinares. É assim, pelo menos, desde o século XVIII. Diferentes geografias locais e regionais marcaram as visões do mundo, mesmo as mais cosmopolitas. Cidades tornaram-se símbolos culturais fortes, ou ícones de viragem histórica, como sucedeu no caso de grandes destruições (Hiroshima) ou do colapso de certas fronteiras (Berlim). A própria ideia de modernidade teve as suas “capitais”: Paris, Viena, Londres, Nova Iorque. A oposição local/global tornou-se um motor de pensamento, uma entrada de enciclopédia. A experiência da viagem e do registo da passagem pelos lugares entrou nos hábitos, distinguindo uma forma de vida que já não é específica de nenhuma cultura ou classe. A circulação é geral. Segundo Boris Groys, a nossa é uma era de “turismo pós-romântico”, e, em vez do “romântico turista individual, é agora todo o tipo de pessoas, coisas, signos e imagens que, retiradas de toda a espécie de culturas locais, estão a abandonar os seus locais de origem e a fazer viagens à volta do mundo”. Por consequência, “a utopia de uma eterna ordem universal foi substituída pela utopia de uma mobilidade global constante” (Groys, Art Power, 2008). Em que ponto está hoje a nossa relação com os lugares? Hoje, isto é, na era em que lugares inteiros, por força de alterações descontroladas, parecem tão ameaçados de extinção física como certas espécies naturais. Há lugar para lugares? E quais? Em que condições? Alguns tópicos favorecidos para o nº 4 da Dobra – Literatura Artes Design: Lugares sem lugar: história e futuro das utopias In loco: lugares, micro-lugares e modos de vida Fora do mapa: paisagens interiores, lugares difíceis de reconhecer De um lugar a outro: experiência do espaço, dos passos, da travessia Viagens de conhecimento: olhares etnográficos e explorações do planeta Lugares idiomáticos: da "casa do Ser" à "casa do diabo mais velho" A citação imagética é referente à obra Untitled (black sketchbooks), Marco Pires, 2009.
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